A equipa que massacra


«Estávamos num período em que, apesar de estar 1-1, já se esperava pelo 2-1 devido ao poder da equipa do Benfica. Iríamos fazer um grande massacre na última meia hora.»

Estas são palavras ditas por Jorge Jesus, treinador do Benfica, após a vitória em Moreira de Cónegos.
Vitória essa que apenas surgiu após a expulsão de um jogador da equipa casa. Como se não bastasse o cartão polémico – vermelho direto por palavras ao árbitro! -, o primeiro golo deste “grande massacre” surgiu de um pontapé de canto assinalado incorretamente. E talvez seja melhor não me alongar sobre o lance duvidoso na área da equipa massacrante já a jogar com mais um jogador em campo.

Como sabemos que o Benfica é uma equipa que em todos os jogos faz “grandes massacres” contra 11 – tanto, que a expulsão do jogador do Moreirense não serviu para nada -, achamos relevante procurar o número de vezes em que o Benfica não precisou de uma expulsão – que o árbitro ainda assim teimou em conceder – para massacrar a equipa adversária.

Começando pela Taça de Portugal. A equipa do massacre passou 3 jogos inteiros sem uma única expulsão. De louvar os massacres que que o Sporting da Covilhã e o Moreirense sofreram. No entanto, o Benfica ficou-se por 3 jogos nesta competição, tendo perdido com o Sporting de Braga na Luz. Saldo da Competição: 0 vermelhos.

Passando agora à Taça da Liga, podemos ver que o Benfica massacrou completamente as 4 equipas que lhe apareceram pelo caminho.  Massacrou à bruta.  Venceu os 4 jogos e está na final da competição à espera do oponente que sairá da meia final entre o Marítimo e o Porto. Nesta competição o Benfica massacrou 3 vezes equipas que tinham apenas 10 jogadores. 3 vezes em 4 jogos. Além de tamanho massacre contra 10 há que referir que em 2 destes jogos o clube da Luz ainda não se tinha adiantado no marcador. Saldo da Competição: 75% de jogos a massacrar contra dez.  66,7% destas expulsões concedidas com o jogo ainda empatado.

Segue-se a Liga Portuguesa, onde o Benfica vem massacrando jogo após jogo e leva 4 pontos de avanço sobre uma equipa suficientemente boa para passar aos oitavos de final da Champions, sem massacrar, mas a jogar contra 11. A equipa da Luz massacrou, em 8 dos 22 jogos, adversários que jogavam em desvantagem numérica. Saldo da Competição: 36,4% de jogos a massacrar adversários reduzidos a dez. 50% das expulsões concedidas ainda com o jogo empatado.




Saldo total em Portugal: 12 vermelhos em 29 jogos – o Benfica jogou 41,4% das vezes contra adversários em inferioridade numérica.

Fazendo a exata mesma estatística para o segundo classificado, aquela equipa que está nos oitavos de final da Liga dos Campeões mas que, por motivos que ninguém percebe, não consegue somar na Liga Portuguesa tantos pontos como a equipa que massacra:

Taça de Portugal – 0 vezes a jogar contra 10
Taça da Liga – 0 vezes a jogar contra 10. E ainda um empate em Braga a jogar com 9, contra 11.
Campeonato – 4 jogos a jogar contra 10, que dão um total de 18,2% dos jogos. De ressalvar que em 3 destes jogos o Porto já estava na frente do marcador e no quarto, apesar de não estar, perdeu, não tendo o cartão contribuído para ajudar a uma reviravolta.

Saldo total em Portugal: 4 vermelhos em 27 jogos - o Porto jogou 14,8% das partidas contra adversários reduzidos a 10.

Notas finais: a equipa que massacra, apesar de não precisar, jogou 41,4% dos seus jogos contra 10, não estando na frente do marcador em mais de metade dos jogos aquando da expulsão. A equipa que passou aos oitavos da Champions, mas que, aparentemente, não tem estofo para acompanhar a equipa que massacra, jogou 14,8% dos seus jogos contra adversários em inferioridade numérica, não tendo nenhuma dessas expulsões beneficiado a equipa em qualquer ponto.
Contabilizando apenas o Campeonato, equipa que massacra amealhou 21 dos seus 56 pontos a jogar contra 10 – 37,5% dos pontos -, enquanto que a equipa que continua a jogar a meio da semana obteve 9 pontos a jogar contra 10, um total de 17,3% dos pontos já somados.

Repito, 21 pontos contra 9 pontos. 41,4% de jogos em superioridade numérica contra 14,8%.

Este post não foi baseado em opiniões, são factos.

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3 comentários

  1. Bravo Maria muito bem!

    Contra factos não há argumentos!

    Abraço Azul e Branco,

    Jorge Vassalo | Porto Universal

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  2. @ Maria

    uma 'posta' que massacra qualquer veleidade em ripostar :)

    abr@ço
    Miguel | Tomo II

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