Deixem Jorge Coroado falar

Nos últimos dias, o ex-árbitro Jorge Coroado, tem brindado os leitores de OJogo, com um conjunto frases que se revestem de enorme gravidade e que merecem ser explicadas.

Tudo começou após a patética arbitragem de Cosme Machado em Braga, num jogo a contar para a Taça da Liga. Na habitual rubrica "Tribunal d'OJogo" da pretérita quinta-feira, espaço onde três ex-árbitros analisam a arbitragem dos jogos de Porto, Benfica e Sporting, Jorge Coroado aprecia o trabalho de Cosme Machado como tendo sido "coerente consigo próprio, com a nomeação e com a razão desta". Ou seja, Jorge Coroado, anuncia que houve um propósito ao nomear o árbitro da Associação de Futebol de Braga. Ora, dado que a arbitragem foi pouco feliz, prejudicou gravemente o Futebol Clube do Porto - e quanto a esta parte, é só ler a opinião de Coroado sobre os vários lances polémicos do jogo, para se perceber que ele concorda que o Porto foi, em bom português, vergonhosamente roubado e que Coroado afirma que a arbitragem foi coerente com esse propósito, é possível inferir que, de acordo com Coroado, esse propósito não era que o jogo fosse correta e justamente arbitrado.

A trama adensa-se no dia seguinte, sexta-feira, dia 23, numa coluna de opinião em que, referindo-se à palhaçada de Braga, Jorge Coroado escreve que "O arbítrio daquela designação [de Cosme Machado], conjugadas com as previstas para encontros do próximo fim-de-semana [João Capela no Marítimo-Porto e Bruno Paixão no Paços de Ferreira-Benfica], só veio ajudar e dar azo a especulações com fundamento". Ou seja, Jorge Coroado liga a nomeação da Taça da Liga às do Campeonato, insinuando que as especulações que têm sido feitas sobre as ajudas ao Benfica têm razão de ser. Note-se que quer Capela, no Benfica-Gil Vicente, quer Paixão, no Nacional-Benfica ofereceram de mão beijada dois pontos cada ao actual líder do campeonato.

Por fim, na edição de hoje, outra vez no tribunal, Coroado escreve sobre os segundos de hesitação de Bruno Paixão antes de assinalar o penalty que deu a vitória ao Paços, período durante o qual deve ter engolido em seco três vezes: "Compreende-se quando a decisão puniu quem puniu, daí a hesitação no assinalar da falta". Ou seja, Coroado insinua que Bruno Paixão não queria marcar um penalty contra o Benfica, o que a juntar ao que escreveu anteriormente dá que pensar, e leva quem o lê a acreditar que há manobras de bastidores a justificar algumas arbitragens habilidosas que têm surgido nesta temporada.

Das duas, uma, ou Jorge Coroado sabe alguma coisa sobre o que se passa nos meandros do futebol poruguês, ou está a por em causa, descaradamente, a honra de Cosme Machado, João Capela, Bruno Paixão e de todo o Conselho de Arbitragem da FPF. Seja um ou outro motivo, era importante que Jorge Coroado se explicasse.




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2 comentários

  1. Até o Caracolinhos, já topou o que toda a gente vê... mas ninguém fala...
    O ano passado o Dirigente da AFL, disse-o com todas as letras...
    Os poderes mudaram e agora o andor vai até ao fim...

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  2. Por mais isentos que tentemos ser, a verdade é essa, o Benfica é empurrado para cima e o Porto para baixo. E se repararem, quando a generalidade dos benfiquistas é instada a comentar o assunto, não o desmentem - desculpam-se com alegados favorecimentos ao Porto de há não sei quantos anos atrás. Ninguém desmente o óbvio, seja de que clube for.

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