[Taça da Liga] FC Porto 4-0 Penafiel


Depois do jogo do último fim de semana que, apesar de desagradável, deve ser relembrado nos próximos anos por adeptos e dirigentes como um exemplo do que podemos ser se nos esquecermos da nossa identidade e história. Talvez por isso esperava-se algum tipo de murro na mesa, não se exigia outra coisa. O adversário era teoricamente mais acessível, teria outras ambições e em condições normais não colocaria problemas à nossa equipa.

Paulo Fonseca surpreendeu na convocatória por mais uma vez não dar hipóteses aos jovens da equipa B de gozarem de minutos pela A (e quanto já merecia o Tozé!!) e principalmente por continuar a insistir em sobrecarregar os laterais com minutos nas pernas. Ao estilo JJ, atrever-me-ia a dizer. Quaresma, Kelvin. Quintero de volta. Otamendi relegado depois de ter sido quase unicamente responsabilizado pelo treinador pelo desaire do fim de semana (eu sei, não falo mais nesse jogo maldito).

Uma noite de novidades. Quaresma e Kelvin viriam a jogar de início numa experiência inédita de jogar com dois alas criativos - e extremos puros - de início. Reyes ficaria mais uma vez  e inexplicavelmente no banco.

Uma noite de intempérie que ia estragando o jogo aos pouco mais de 15 mil que foram hoje ao Dragão e que chegou mesmo a forçar o árbitro Duarte Gomes a interromper a partida. Talvez por isso os dois extremos desequilibradores tenham tido algum dificuldade em mostrar todo seu futebol e na segunda parte viriam mesmo a ser substituídos por Varela e Jackson para um também inédito 4-4-2 com os dois médios ala (Josué e Varela) a aparecerem muitas vezes em posições avançadas, fazendo o esquema assemelhar-se a um 4-2-4 (eu sei que este esquema era muito querido a um treinador qualquer mas não me estou a lembrar quem...).

A primeira parte foi aborrecida, mais uma vez. Kelvin e Quaresma agitaram, com este último a marcar um golo fenomenal e ainda mais surpreendente por ser de cabeça (!!). O Porto dominou mas nunca se sentiram grandes diferenças entre as formações. Fora as disputas individuais, colectivamente não se percebia que uma equipa lutava pelo título da primeira divisão e que a outra tentava chegar aos lugares de topo da segunda. Não se deu o tal murro na mesa e só a entrada da cavalaria pesada viria a inclinar o campo para nós. Aí, com Jackson e Ghilas a entenderem-se na perfeição, foram múltiplas as jogadas de perigo e algumas de belo efeito como o cruzamento que o argelino fez de trivela para a finalização do Jackson.

Josué jogou solto, criou oportunidades, fez jogar, soltou a equipa. Fez duas assistências e vibrou com os golos como tantas vezes faz. É um de nós e dá gosto vê-lo.

Por outro lado Defour passou ao lado do jogo. Numa das poucas oportunidades que Paulo Fonseca parece lhe querer dar, Defour não esteve à altura dando razão àqueles que o criticam e esperam que saia numa das próximas janelas (nesta?). Quanto a mim espero que não saia, como esperava que Belluschi não tivesse saído, como esperava que Castro não tivesse sido emprestado. Fazem falta jogadores destes e o meio-campo não me convence. Mas isso é tema para outro(s) tópico(s).

Na defesa e na baliza nada a dizer. Fabiano imperial, Ricardo uma adaptação aceitável contra equipas de ambições inferiores às nossas. Fico à espera do teste frente a rivais mais complicados.

Para finalizar, dizer que Paulo Fonseca não conseguiu com este resultado afastar os fantasmas que continuam a existir. Mesmo que passe a fase de grupos desta competição, não afasta a ideia que todos temos de que o Porto não joga bem, não se superioriza como devia dentro de campo nem mostra a atitude que nos distingue a todos como povo do Norte.

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