Calado és um poeta...


A expressão que dá o título a este post poderia ter sido proferida pelo cantor Melão, mas não foi.

Nos dias que antecederam mais um clássico do futebol português, o Benfica-Sporting para a Taça de Portugal, o presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, optou pelo silêncio. Ao invés das sucessivas declarações arrogantes, despropositadas e incendiárias que proferiu antes do jogo contra o Futebol Clube do Porto, que culminaram na largada de touros pela Alameda do Dragão abaixo e numa concludente derrota frente ao campeão nacional, derrota essa que deixou o citado dirigente com uma grave crise de afonia. A verdade é que, de um jogo para o outro, o comportamento de Bruno de Carvalho alterou-se. O que não se alterou foi o resultado no relvado: o Sporting jogou como nunca e perdeu como sempre. A diferença foi que, sem garotos hipercalóricos a incendiar os ânimos, pudemos todos presenciar um belo desafio de futebol, com muitos e bons golos, grandes jogadas, bolas nos ferros, um frango de tamanho suficiente para alimentar, durante vários dias, uma família de "Brunos de Carvalho" e mais um brilhante número de comédia protagonizado por Marcos Rojo, em segurança e em clima de festa, sem confusões, violência e trogloditas, sejam eles carecas ou não, a estragar a festa. Por outro lado, aquilo que se passou no relvado ontem, pode ter servido para Bruno de Carvalho desviar os olhos de um qualquer bolo de chocolate e, perceber, quem, de facto, faz mal ao futebol nacional. O Sporting foi, vergonhosamente, roubado no estádio da Luz. Apesar de não ter faltado a luz, a visão de Duarte Gomes falhou por várias vezes, sempre a favor do Benfica.

Enquanto no Dragão o Sporting perdeu por ter sido dominado por uma equipa muito melhor, o Porto, na Luz, o Sporting perdeu por causa do árbitro. Todavia, Bruno de Carvalho nada diz a respeito do Benfica, com quem mantém boas relações e farta-se de estrebuchar quando o assunto é o Porto. Pode ter servido para que Bruno de Carvalho passe, de facto, a lutar contra quem deve. Por nós, aqui no Porto, estamos habituadíssimos a lutar e a derrotar aventureiros. Políticos, dirigentes desportivos, jornalistas e até alguns Lobos em pele de cordeiro têm tentado, a partir de Lisboa, derrotar o Futebol Clube do Porto. Perdem sempre, mas sempre.

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